PIEDRAS PRECIOSAS

Há cerca de cinco anos, comecei a filmar Piedras Preciosas. Por acaso, conheci o dono de um local onde vendiam pedras e minerais. Ali senti o desejo de captar imagens das pedras, devido às suas texturas, cores e à forma como a luz as atravessava em frente à câmara. Essas imagens permaneceram guardadas num disco rígido, mas ficaram na minha mente como a base para um projecto de ficção. Em colaboração com o ator Juan Lugo, com quem trabalho há aproximadamente dez anos, quis conceptualizar um filme baseado nas pedras e na sua nova vida em Toulouse com a sua esposa francesa, que conheceu em Bogotá durante o confinamento de 2020. Piedras Preciosas nasceu do desejo de criar um exercício dramatúrgico com Lugo, envolvendo acções e aventuras, e as interações com várias personagens que o ajudam a navegar uma série de situações entre os dois países. No cinema, sempre me interessou principalmente o poder do falso, como o espectador pode construir uma narrativa a partir do artifício e da criação de um universo com lógicas espaciais e temporais particulares. Ao longo da minha filmografia, exploro e resolvo a transição entre espaços e ações de personagens que são movidas pelo acaso e afetadas pelo universo ao seu redor.