




de Falcão Nhaga, 2025 (WIP) ficção, Portugal, 30min
Nesta história de amor, um jovem casal é confrontado com um futuro incerto. Entre a Europa e África, os dois reencontram-se em Lisboa, numa casa onde vivem outros imigrantes, e onde a distância e a proximidade irão testar a sua relação.
Nota do Realizador:
SABURA é uma história de amor sobre os sonhos de jovens africanos e afrodescendentes como eu, através da lente histórico-social guineense e, mais amplamente, africana. Após a independência proclamada pelo movimento de libertação do PAIGC, a Guiné-Bissau herdou do regime colonial português um Estado com um alto nível de desigualdade e uma infraestrutura deficiente, ignorando todas as perspectivas das culturas populares e dos conhecimentos tradicionais. Devido à desunião entre vários grupos étnicos, cada um com os seus próprios sistemas de sociedade, seguiram-se golpes de Estado, que mais tarde resultaram numa guerra civil. O futuro deste país tornou-se ruinoso para jovens como Cadija e Tony. Assim, as gerações mais novas acabam por procurar melhores oportunidades na Europa, onde a vida não é muito mais simples: uma espera interminável por documentos estrangeiros, a viver longe da família e enfrentando uma nova língua desconhecida, tudo no ritmo acelerado de uma cidade moderna onde todos são estranhos uns aos outros. Esta é a realidade da imigração em Portugal. Esta diversidade é significativa, pois a língua é identidade, expressão, história e parte da identidade da cidade. Isso leva-me ao título que empresto do crioulo guineense, que significa contentamento ou prazer. Refere-se à sabura que sentem ao saborear os pêssegos, uma deliciosa lembrança de casa e da juventude, do seu amor rebelde, tolo e teimoso. Há anos, o país de origem viveu tempos de entusiasmo, oportunidade e progresso. Mas, enquanto imaginam a árvore de pêssego da terra que deixaram, ambos percebem que tudo isso agora está fora do seu alcance, apenas uma memória distante deste desencanto pós-independência. De repente, cresceram, já não são aquelas crianças que costumavam roubar pêssegos. Perante um futuro incerto para toda a sua geração, talvez o doce e nostálgico amor do passado já não seja suficiente. Agora é necessário escolher um lar, uma terra e um caminho.
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ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual Fundação Calouste Gulbenkian Fundação GDA Euro Connection, Festival Internacional de Clermont-Ferrand