ULTIMATE BLISS

A viver em Lisboa e numa altura da minha vida em que um sentimento de estagnação em relação ao futuro pairava sobre os meus ombros, conheci uma mulher australiana por quem me apaixonei. Decidimos casar-nos, por amor e por razões burocráticas. A Marisa partiu uma semana após o nosso casamento, e eu iria juntar-me a ela pouco depois. Com base nas nossas conversas e correspondência, decidi registar esta ponte entre a vida que deixei e conhecia, e a chegada a uma ilha perdida no fundo do Oceano Pacífico, com sentimentos que carrego e deixo para trás, de memórias e desejos. Um olhar sobre os últimos momentos no meu país e a transição para um novo, com imagens que me são familiares e outras que surgem com um efeito quase sobrenatural. O que morre e o que permanece, de forma directa ou mais abstrata. Esta micro-narrativa é contada pelo meu espírito e pelas imagens, narrada pela minha esposa no tempo presente. Um registo que começa com uma carta de despedida e que se torna uma carta de volta à pessoa que amo. Este filme é, em si, uma nota de intenções, não sobre um filme per se, mas sobre a minha própria vida.